terça-feira, 24 de abril de 2012

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Artigo de opinião, a pedido

ARTIGO DE OPINIÃO

Artigo de opinião é um gênero textual que pertence ao âmbito jornalístico e se caracteriza pela exposição de um ponto de vista sobre determinado assunto. O artigo, também chamado de artigo opinativo ou simplesmente artigo, pertence ao gênero dissertativo, sendo assim, segue a seguinte estrutura: Introdução – na qual se apresenta a tese que será defendida – Desenvolvimento – em que são lançados argumentos, com coerência e coesão, para sustentar a tese – e conclusão – onde é feito o arremate do texto.

¢  Nos gêneros dissertativos-argumentativos, o objetivo é convencer o interlocutor. Desta forma, são apresentados argumentos, que consistem em verdades e opiniões.
¢  O artigo é fundamentado em impressões pessoais.
¢  A partir da leitura de diferentes textos, o escritor poderá conhecer vários pontos de vista sobre um determinado assunto.
¢  Para produzir um bom artigo de opinião é aconselhável seguir algumas orientações. Observe:
¢  Após a leitura de vários pontos de vista, anote os melhores argumentos. Eles serão úteis para fundamentar sua tese.
¢   Ao compor seu texto, a linguagem deve ser adequada ao perfil do leitor.
¢  Após a leitura de vários pontos de vista, anote os melhores argumentos. Eles serão úteis para fundamentar sua tese.
¢  Para facilitar ainda mais a elaboração do artigo, o escritor poderá lançar mão dos seguintes argumentos: a) de causa: propor uma relação com uma causa e consequência em sua argumentação, b) de autoridade: sempre usar uma fonte, ou um estudo confiável para ter uma credibilidade ao que se está defendendo, e c) de exemplificação: mostrar inúmeras comparações e exemplos para ilustrar os argumentos.
¢   Pense na melhor forma possível de concluir seu texto: retome o que foi exposto, ou confirme a ideia principal, ou faça uma citação de algum escritor ou alguém importante na área.
¢  Crie um título atraente. Ele é fundamental para chamar a atenção do leitor para o assunto a ser tratado.
¢  Observe se você se posiciona claramente; se a ideia é fundamentada em argumentos fortes e se estão bem desenvolvidos; se a linguagem está adequada. Observe se o texto como um todo é persuasivo.


EXEMPLO


Dando a volta por cima

Famílias problemáticas infligem considerável dano, mas as pessoas resistentes sentem-se desafiadas e respondem a elas criativamente

            Cibele Ruas

            [...] Algumas pessoas são resistentes, aparam os golpes da vida; outras simplesmente desabam. Não adianta ser duro como o aço: o impacto pode ser pior. É necessária alguma elasticidade, suficiente para absorver golpe, mas é preciso recuperar o equilíbrio. Resiliência é o nome técnico para a capacidade de absorção do choque e recuperação da forma original.
            Que golpes? Famílias disfuncionais, divórcio, viuvez, perda de filhos, desemprego, problemas financeiros, violências sofridas, mudança de cidade, ou de país – há muita coisa que pode nos atingir e abalar. Não há como evitar os percalços da vida.
            Nossa força pessoal é intimamente relacionada com a auto-confiança: quanto mais psicologicamente estáveis, mais resistentes seremos às tensões [...]
            A resiliência é como se fosse um músculo psíquico, que pode e deve ser exercitado. Mas é melhor encará-la como arte – a arte de bem viver: as pessoas fortes não se deixam limitar pelas adversidades; estabelecem metas que vão sempre um pouco mais além, na certeza de que os tempos ruins são passageiros. [...]
            Há uma verdadeira indústria de vítimas, que tende a fazer que as pessoas se digladiem com traumas durante toda a vida: as fraquezas passam a ser nutridas a pão-de-ló. Na verdade, somos consideravelmente fortes, embora possamos não saber disto, e é esta força interior que devemos buscar.
            O marco principal das pesquisas sobre a resiliência em condições de risco (pobreza, abusos físicos, alcoolismo na família, etc) foi da psicóloga Emmy Werner, Ph.D., da universidade de Nebraska. Ela constatou que um terço das crianças estudadas, que foram acompanhadas durante duas ou três décadas, não foi afetado por suas péssimas condições de vida. Nos outros dois terços, muitas tiveram problemas na adolescência, em geral envolvendo comportamentos anti-sociais (pequenos roubos, participação em gangues, distúrbios do comportamento, etc). No entanto, aos 30 ou 40 anos, grande parte dessas pessoas se regenerou, determinada a não repetir a história de fracasso de seus pais.
            Famílias problemáticas infligem considerável dano, mas as pessoas resistentes sentem-se desafiadas por esses problemas e respondem a eles ativa e criativamente – essa atitude se incorpora à sua personalidade, aumentando-lhes a força íntima. [...]
            Pessoas que sobreviveram às situações de risco em geral não fizeram todo o trabalho sozinhas: um dos pontos cardeais da pesquisa mostra que, não tendo apoio familiar, procuraram e receberam ajuda de professores, vizinhos, pais de amigos, parentes, ou profissionais, como orientadores escolares ou psicólogos.

Cibele Ruas, autora do texto, é psicóloga clínica


Encontro, Belo Horizonte, fevereiro, 2006
(Fragmento)


Esse artigo publicado na revista Encontro, registra as opiniões e os sentimentos pessoais da autora no relato de um fato bem real: a capacidade que certas pessoas têm de resistir às adversidades com firmeza e criatividade.
No título “Dando a volta por cima” e no destaque “Famílias problemáticas infligem considerável dano, mas as pessoas resistentes sentem-se desafiadas e respondem a elas criativamente”, antecipa-se o tema que será abordado no artigo: a possibilidade de absorver os golpes da vida e recuperar o equilíbrio de forma gradativa. Esse tema é apresentado no primeiro parágrafo do texto, que constitui a introdução do artigo.
No desenvolvimento que representa a maior parte do texto, a autora vai expondo suas opiniões e os argumentos em defesa de suas ideias, procurando deixar claro para o leitor o seu ponto de vista.
Segundo a argumentadora, as pessoas em geral podem ser muito fortes, principalmente se tiverem autoconfiança e lembrarem que os problemas logo passam. Ela refere-se também a uma pesquisa cujo resultado confirmou o fato de que pessoas cujas famílias são problemáticas muitas vezes reagem de forma positiva e superam as dificuldades.
Ao expor seus argumentos em defesa de um ponto de vista ou dar opiniões sobre um assunto e registrar sua assinatura, a autora criou um texto jornalístico que constitui um exemplo de artigo de opinião, também chamado de artigo opinativo ou simplesmente artigo. É possível notar ainda certo envolvimento emocional na exposição do ponto de vista: “não adianta ser duro como aço: o impacto pode ser pior”, o que faz concluir que, na opinião dela, a questão enfocada exige um comportamento equilibrado das pessoas e é de grande relevância.
Na conclusão, no último parágrafo, a autora expõe sua opinião final: muitas pessoas necessitam de apoio para vencer os desafios que a vida lhes impõe.

Artigo de opinião é um gênero textual que pertence ao âmbito jornalístico e se caracteriza pela exposição de um ponto de vista sobre determinado assunto.

OFICINA DE PRODUÇÃO

Agora que você já sabe o que é e a estrutura que apresenta o artigo de opinião, escreva um sobre a visão dos jovens sobre seus ídolos e a influência que estes exercem sobre o comportamento dos jovens. Desenvolva seu texto com a mesma estrutura deste que você leu e analisou: introdução, desenvolvimento e conclusão. O texto deverá ter entre 20 e 25 linhas.


sábado, 7 de abril de 2012

Próxima aula de redação/preparatório

ELEMENTOS DE TEXTUALIDADE
O que faz de um texto, um texto? A textualidade. Nela, encontramos os elementos que nos garantem ser determinado texto não apenas justaposições de palavras, parágrafos e capítulos. Os principais elementos são: clareza, coerência, coesão, informatividade e intertextualidade.

Clareza e coerência
Para se produzir um bom texto é necessário que o escritor tenha um prévio conhecimento do assunto que irá abordar. Além disso, a clareza das ideias é fundamental ao entendimento do leitor.  O texto estará claro para quem lê quando tiver ideias bem articuladas e objetivas. Para isso, é importante uma seleção cuidadosa das palavras, que deverão ser distribuídas em períodos curtos. Dessa forma, o escritor evitará erros quanto à coerência e coesão dos fatos apresentados e o leitor não ficará perdido em meio a tantos argumentos.
A coerência textual está relacionada à lógica interna do texto – nível semântico - e a não-contradição de ideias – segmentos textuais que devem estar encadeados logicamente, formando uma cadeia em que todos estejam concatenados harmonicamente.
 Clareza textual: É conseguida pela concisão e pelo uso de estruturas adequadas à situação comunicacional. Em geral, são preferíveis os períodos curtos, dispostos na ordem direta, e o vocabulário simples.



Coerência textual: diz respeito à apresentação de ideias que estejam de acordo com o gênero textual, com o conhecimento de mundo do leitor e com a própria lógica interna do texto.

           

Coesão
A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coerência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interligados, de um fazer referência ao outro.
Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados pelo sentido.
Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, principalmente, primordialmente.
Semelhança, comparação: igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.
Adição, continuação: além disso, ademais, outrossim, ainda mais, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, não só... como também, não apenas ... bem como.
Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que.
Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.
Surpresa, imprevisto: inesperadamente, de súbito, subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás.
Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas), assim sendo.
Causa e consequência, explicação: por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, portanto, logo, de tal sorte que, de tal forma que.
Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, ao passo que.

Coesão textual - é a conexão estabelecida entre as partes de um texto (palavras, períodos e parágrafos) por meio de conectivos, isto é, de palavras que dão a esse texto uma estrutura clara e compreensível. Esses conectivos proporcionam uma perfeita articulação das ideias por meio do encadeamento semântico (referente ao significado, ao sentido das palavras) e do encadeamento sintático (mecanismos que unem uma oração à outra).

OFICINA DE PRODUÇÃO
1-    Reescreva os trechos fazendo a devida coesão. Utilize artigos, pronomes ou advérbios. Não se esqueça de que a elipse (omissão de um termo) também é um mecanismo de coesão.
a)    A gravata do uniforme de Pedro está velha e surrada. A minha gravata está novinha em folha.


b)    Ontem fui conhecer o novo apartamento do Tiago. Tiago comprou o apartamento com o dinheiro recebido do jornal.


c)    Perto da estação havia um pequeno restaurante. No restaurante costumavam reunir-se os trabalhadores da ferrovia.


d)    Os convidados chegaram atrasados. Os convidados tinham errado o caminho e custaram a encontrar alguém que orientasse o caminho aos convidados.


e)    Os candidatos foram convocados por edital. Os candidatos deverão apresentar-se, munidos de documentos, até o dia 24.

2-    O texto a seguir apresenta alguns problemas de clareza. Reescreva-o, corrigindo esse defeito.
O dever é de todos
            Um dos temas mais abordados pela mídia é a violência. Sabemos que esse não é um fato novo em nossa sociedade, mas talvez por estar ameaçando as classes média e baixa, como a alta.
            No Brasil, cuja distância entre o rico e o pobre é uma das mais altas do mundo, esse problema torna-se cada vez maior. Percebe-se que não existe uma só forma de violência nas múltiplas formas que devem ser contextualizadas, para não se afirmar de forma simplista que a pobreza aumenta a violência.
3-    Complete o texto abaixo, com as palavras destacadas, de forma a torná-lo coeso e coerente:
A ansiedade costuma surgir ___________________ se enfrenta uma situação desconhecida. Ela é benéfica _____________ prepara a mente para desafios, _________ falar em público. _____________, ___________ provoca preocupação exagerada, tensão muscular, tremores, insônia, suor demasiado, taquicardia, medo de falar com estranhos ou de ser criticado em situações sociais, pode indicar uma ansiedade generalizada, ____________ requer acompanhamento médico, ou até transtornos mais graves,_______________ fobia, pânico ou obsessão compulsiva. __________________ apenas 20% das vítimas de ansiedade busquem ajuda médica, o problema pode e deve ser tratado. _____________________ se procure um clínico-geral num primeiro momento, é importante a orientação de um psiquiatra, __________ prescreverá a medicação adequada.  A terapia, em geral, é à base de antidepressivos. "Hoje existe uma geração mais moderna desses remédios", explica o psiquiatra Márcio Bernik, de São Paulo, coordenador do Ambulatório de Ansiedade, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. "____________mais eficazes, não provocam ganho de peso." Outra vantagem: não apresentam riscos ao paciente caso ele venha a ingerir uma dosagem muito alta.
Fonte: Claudia, nov. 2000.
além de - quando - embora - mas  - se - que - que - como - mesmo que - se - como

Informatividade
            A informatividade refere-se ao grau de previsibilidade – da forma e do conteúdo – da informação apresentada no texto. Ao produzir um texto, o autor seleciona, a quantidade e a qualidade das informações que oferecerá ao receptor. Escolhe se colocará à disposição dele uma informação mais ou menos conhecida, ou absolutamente nova, ou ainda como maior ou menor riqueza de detalhes.
            Os graus de informatividade são três:
1º - O mais alto da escala de previsibilidade;
2º- O mediano da escala de previsibilidade;
3º- O mais baixo da escala de previsibilidade.
Dessa forma, pode a informação presente em um texto variar de um grau máximo de previsibilidade,
Minas Gerais não tem praias.
passando por um nível intermediário,
                        Minas Gerais não tem praias, mas pesquisas arqueológicas demonstram que já houve um mar na região.
a um grau mínimo de previsibilidade,
                        As belas praias de Minas Gerais.
            A afirmação não soaria absurda se fizesse alusão a uma remota época, pois estudos arqueológicos indicam que onde hoje se localiza o estado de Minas Gerais já houve mar.
            Como se pode perceber, o primeiro texto é completamente previsível, o segundo mescla previsibilidade e surpresa e o último, pouco previsível.

O senso comum
Num texto, os argumentos consensuais são aqueles aceitos universalmente, sem necessidade de comprovação imediata. Afirmações como “o homem depende do meio ambiente para viver” ou “a má alimentação prejudica a saúde” ou ainda “a mulher de hoje ocupa um papel social diferente do ocupado pela mulher de um século atrás” não precisam de justificativas, pois já foram comprovadas historicamente. São verdades universais, que podem ser utilizadas como argumentos, porém com moderação, já que, por apresentarem um grau de informatividade baixo, têm valor persuasivo menor.

Lugar comum
Trata-se de enunciados como “homem não chora”, “na favela só tem ladrão”, “todo político é corrupto”, “mulheres dirigem mal”, etc.; além de muitos serem preconceituosos, não têm nenhuma base científica, embora sejam repetidos como se expressassem uma “verdade universal”.

Intertextualidade: os textos conversam entre si
Para entender o que é o conceito de "intertextualidade", um exemplo divertido. O jogo do "não confunda":
•Não confunda "bife à milanesa" com "bife ali na mesa",
•Não confunda "conhaque de alcatrão" com "catraca de canhão",
•Não confunda "força da opinião pública" com "opinião da força pública".
Como se vê, é possível elaborar um texto novo a partir de um texto já existente. É assim que os textos "conversam" entre si. A essa "conversa" se dá o nome de intertextualidade, que justamente é a propriedade de textos se relacionarem.




Imagem A- O grito de Edward Munch, 1893. O pintor norueguês afirmava ter criado esse quadro no fim de um dia em que se sentia cansado e doente: “[...] o sol se punha e as nuvens tornavam-se vermelho-sangue. Senti um grito passar pela natureza [...] Pintei esse quadro, juntei as nuvens como sangue real. A cor uivava.”

Imagem B- Na charge de Angeli (extraída da revista Veja, em 23 de outubro de 1996), a inscrição “O grito do tucano”, no canto superior, relaciona a obra de Munch e a política nacional. O tucano, no caso, era o então presidente Fernando Henrique Cardoso, que assim como os outros membros do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), era chamado dessa forma.

“Armadilhas” do texto

Ambiguidade
Um dos maiores inimigos da clareza textual é a ambiguidade, ou seja, o emprego de palavras ou construções que podem ser entendidas de mais de uma maneira.
Na maioria das vezes, ambiguidade se deve a um elemento anafórico – palavra que ou expressão que retoma outra já expressa no texto – que pode referir-se a dois termos antecedentes.
Ex: O computador tornou-se um aliado do homem, mas esse nem sempre realiza todas as suas tarefas.
A frase ficou ambigua, porque os elementos anafóricos (esse e suas) podem referir-se tanto ao computador quanto ao homem, isto é, um ou outro não realiza o seu trabalho por completo, ou ainda, o computador não realiza as tarefas do homem.
Para que não ocorra ambiguidade, teremos de escrever essa frase assim: o computador, apesar de ser um aliado do homem, não consegue realizar todas as tarefas humanas.
Há ambiguidade normalmente devido à pontuação inadequada ou ao emprego de palavras ou expressões de forma pouco clara.

Exemplos:

Visitamos o teatro e o museu cuja qualidade artística é inegável. (O teatro ou o museu possui qualidade artística?)
Correção: Visitamos o teatro e o museu os quais têm qualidade artística inegável.

Mário e Rute querem casar-se. (Mário quer casar-se com Rute ou cada um deseja casar-se com outra pessoa?)
Correção: Mário quer casar-se com Helen, e Rute com Ricardo.

O cliente aborrecido recusou o vinho por causa da safra. (O cliente era aborrecido ou ficou aborrecido naquele momento?).
Correção: Aborrecido, o cliente recusou o vinho por causa da safra.

O motorista disse ao passageiro que era gaúcho. (O motorista era gaúcho ou o passageiro?)
Correção: O motorista disse que era gaúcho ao passageiro.

O pai viu o filho chegando em casa bem tarde.
(Quem chegou em casa bem tarde: o pai ou o filho?).
Correção: o pai viu o filho que chegava em casa bem tarde.

Redundância
            A redundância pode ser um recurso estilístico para estabelecer, por exemplo, a coesão do texto. Mas há casos em que é necessário evitá-la; do contrário, a linguagem pode se tornar deselegante, inadequada e monótona.
            Veja alguns exemplos em que a redundância pode constituir um problema textual:
O povo exige seus direitos, os direitos do povo devem ser respeitados.
            O ministro apresentou sua proposta de trabalho, mas o ministro não foi claro em várias questões e o ministro não aceitou argumentações.
            As repetições podem ser evitadas por meio da substituição da palavra  por um termo equivalente; pela alteração na construção das ideias; ou pela omissão do vocábulo repetido.


OFICINA DE PRODUÇÃO

1-    Explique a ambigüidade que ocorre em cada uma das seguintes frases e, em seguida, corrija-as:

a)    O médico examinou o cliente preocupado.

b)    João Pedro e Lara vão separar-se.

c)    A diretora contratou a professora. Ela reside próximo à escola.

d)    Michelle telefonou para Rodrigo e avisou-lhe que sua amiga ia chegar naquela semana.


2-    Reescreva as frases a seguir, eliminando as palavras desnecessárias ou empregando sinônimos para evitar a redundância.
a)    Atualmente, nos grandes centros urbanos, ocorre uma onda de violência que vem causando um pânico crescente, nos dias de hoje, entre as pessoas.


b)    Os professores exigiram o pagamento dos salários em atraso, mas o governo não atendeu os professores.


c)    Os empregados queriam aumento imediato para não entrarem em greve, mas o empresário fez um acordo com os empregados para que o aumento fosse dado somente no mês seguinte e os empregados aceitaram a proposta e continuaram trabalhando.


d)    As entregas foram feitas hoje cedo, e já houve reclamações quanto às entregas.


e)    Assim que terminaram as redações, os alunos entregaram as redações ao professor.