Em diversas situações de fala ou de escrita, costumamos resumir a história de um filme a que assistimos ou de um livro que lemos, um texto de Geografia, de História ou de outra disciplina, uma notícia, etc., porque temos a intenção de provocar em nosso interlocutor o desejo de ler o livro ou assistir ao filme, ou porque o resumo de um livro ou texto pode ser um ponto de partida para outros estudos, citações, etc.
O resumo é a redução de um texto, conservando-se as ideias fundamentais. É útil em várias situações, sobretudo para compreender e fixar o conteúdo de uma leitura, já que o resumo nos permite identificar a linha de raciocínio empregada pelo autor. Por conta disso, constitui excelente exercício, tanto de redação como de compreensão de textos.
Entre as etapas na elaboração de um resumo, podemos destacar:
1. Leitura atenta do texto, quantas vezes for necessário, a fim de identificar os itens essenciais, que podem ser sublinhados ou anotados à parte.
2. Redação do resumo, a partir das ideias selecionadas.
3. Revisão do trabalho, para que se faça alguma alteração ou correção.
Não existe um tamanho definido de resumo, mas é fundamental que ele traga as informações necessárias à compreensão do tema.
Algumas técnicas de resumo são:
a) Usar a ordem direta e a voz ativa
Ordem direta: sujeito + verbo + complemento.
João comeu uma feijoada muito gostosa na casa de sua sogra.
Ordem inversa: altera-se a seqüência normal dos termos.
Na casa de sua sogra, João comeu uma feijoada muito gostosa.
Voz ativa: o verbo está na voz ativa quando a ação é praticada pelo sujeito, ou seja, o sujeito é o agente da ação verbal.
Voz passiva: o verbo de está na voz passiva quando a ação é sofrida pelo sujeito, que não é o mesmo que pratica a ação verbal.
b) Eliminar detalhes que não sejam fundamentais para a compreensão, como exemplos e juízos de valor.
c) Evitar o excesso de adjetivos.
d) Preferir períodos curtos.
e) Encadear os períodos e parágrafos por meio de conectores, para que haja uma articulação lógica entre as partes.
Modelo de resumo
Texto original
Hábitos fatais
Se mostrou ao mundo que algumas das principais ameaças à saúde estão ligadas à pobreza, o documento da OMS também confirma que outros grandes responsáveis pela mortalidade estão associados aos hábitos pessoais. Comportamento sexual de risco, cigarro, álcool, colesterol alto e obesidade – problemas comprovadamente relacionados ao tipo de vida que se leva – estão entre as principais causas de morte apontadas pela entidade. Isso significa que não só os habitantes de países em desenvolvimento, onde falta comida e saneamento básico, estão mais vulneráveis, mas qualquer pessoa que cuide da própria saúde. “Esse relatório é importante pois joga a responsabilidade pela saúde sobre as pessoas, e não em algum milagroso para salvá-las”, afirma o médico Fábio Nasri, do Hospital Albert Einstein, São Paulo.
Além de apontar a responsabilidade dos governos em relação à desnutrição e à falta de saneamento básico, o relatório também deixa claro que as pessoas têm de se conscientizar de que viver bem e mais depende muito de cada um. O chefe do ambulatório de clínica geral do Hospital das Clínicas de São Paulo, José Antônio Atta, lembra que, na história da medicina, as grandes realizações com efeito direto na qualidade de vida e na quantidade de anos vividos não estão ligadas a remédios, mas ao saneamento básico, campanhas de vacinação e mudanças de hábitos de vida. “No ambulatório, vemos as pessoas mais preocupadas com o resultado do exame do que em cumprir as recomendações para que tenham uma alimentação melhor, por exemplo. Está errado. É preciso entender que é importante cuidar da saúde de forma preventiva”, garante.
O problema, no entanto, é que mudar hábitos é mais difícil do que parece. O médico Nasri, no entanto, defende que a tarefa poderia ser também estimulada pelas autoridades governamentais. “Não se vê propaganda de massa na televisão orientando as pessoas ou frutas sendo vendidas na cantina da escola, por exemplo. Para que a mudança ocorra, é necessário muito mais do que informação. É necessário educação”, argumenta. Isso significa motivar a população, testar a informação passada para verificar se foi absorvida e principalmente oferecer opções. Enquanto essa consciência não se formar, as pessoas continuarão a ser vítimas de seus próprios hábitos.
Lia Bock. IstoÉ, São Paulo, 6 nov 2002.
Texto resumido
Hábitos fatais
O documento da OMS confirma que as principais causas de morte estão ligadas à pobreza, mas também a maus hábitos: fumo, bebida, comportamento sexual de risco e ingestão de alimentos prejudiciais à saúde.
Além de apontar a responsabilidade dos governos quanto à desnutrição e à falta de saneamento básico, o relatório indica que as pessoas têm de se conscientizar de que viver bem e mais depende de cada um. Na história da medicina, as realizações com maior efeito na qualidade de vida e na longevidade não estão ligadas a remédios, mas a saneamento básico, campanhas de vacinação e hábitos de vida.
O problema é que mudar hábitos é difícil. Para estimular a população, o governo deveria promover campanhas informativas e incentivar o oferecimento de opções saudáveis.
Reforço
Dicas de como escrever um bom resumo
1) Faça uma síntese das ideias e não das palavras;
2) Seja claro, preciso e objetivo;
3) Deixe fora o que for irrelevante, apegue-se somente aos aspectos principais do texto;
4) Use apenas as informações essenciais;
5) Atente-se ao leitor, pois ele terá melhor compreensão se houver economia de palavras;
6) Objetive o seu texto sempre para o leitor, porque é ele quem dará as coordenadas;
7) Seja fiel ao texto, não coloque a sua opinião a respeito do tema.
OFICINA DE PRODUÇÃO
Em busca do corpo ideal
Sempre houve critérios estéticos sobre os quais as sociedades estabeleceram seus próprios padrões, e a beleza sempre foi encarada como um bem ou um dom a ser usado de forma mais ou menos direta em troca de amor, reconhecimento, poder ou dinheiro.
Podemos destacar pelo menos dois aspectos interessantes da cultura moderna: o primeiro refere-se à beleza, que ocupa um lugar cada vez mais preponderante nesse mecanismo de trocas; o segundo é a forma física ideal – ser magro – que assume nesse contexto uma posição cada vez mais determinante.
A partir da década de 70 foi se consolidando o que podemos denominar de "cultura da esbeltez". As medidas ideais do corpo diminuíram de forma constante desde a década de 1960. Em clara oposição a essa tendência, a melhoria das condições de vida e o acesso fácil a uma alimentação mais nutritiva levaram a um aumento sistemático da estatura e da corpulência das pessoas. Essa contradição, somada à influência que atualmente a imagem do corpo exerce sobre a auto-estima e o êxito social, além da pressão do modelo de magreza extrema, explicam por que a anorexia (redução ou perda de apetite) e a bulimia nervosa (apetite insaciável) deixaram de ser doenças exóticas e já estão batendo recordes epidemiológicos de crescimento entre as doenças de origem psicogenética.
A esbeltez e a boa aparência apresentam-se como valores altamente positivos que são encarados e/ou assimilados como condições para alcançar êxito nos relacionamentos com as pessoas do sexo oposto, para estar na moda ou para se valorizar e fazer-se valer socialmente.
Pesquisas recentes demonstram que as mulheres jovens tendem a associar o excesso de peso com desleixo, abandono e doença; e a magreza, ao contrário, com modernidade, dinamismo, êxito social, charme, sensualidade, beleza e segurança pessoal.
Neste sentido, ser capaz de manter um corpo magro é visto como um indicador de autocontrole, torna-se um fator de concorrência e permite incrementar a auto-estima. Por outro lado, quem não pode se moldar à exigência de um corpo magro assume esse desafio como um imperativo. Acaba ficando no centro de uma contradição que é particularmente acentuada na adolescência, período em que se forma e se consolida a identidade, e a pessoa é mais suscetível e vulnerável às influências externas e às opiniões dos outros. Justamente por isso a introjeção desses valores e ideais é particularmente intensa e nociva entre os adolescentes. Isto resulta em um problema, na medida que se está produzindo uma mudança de sentido da imagem corporal, que passou a fazer parte da identidade e a assumir cada vez mais o seu ponto central.
SANTELLÁN, Maria Laura. Em busca do corpo ideal. In: Cidade Nova. Editora Parma Ltda – Ano XLIII – n. 03. Mar.2001, p. 40-41.
1) Imagine-se um estudante que deve elaborar um resumo desse texto para concorrer a uma premiação em concurso realizado por sua escola. Para isso, redija seu texto, observando as seguintes orientações:
· Mantenha-se fiel ao assunto do texto e ao ponto de vista do autor.
· Respeite a sequência e a articulação das ideias centrais do texto.
· Faça uso de uma linguagem objetiva, sem emitir julgamentos.
· Não copie frases do texto.
· Elabore seu texto com, no mínimo, 5 linhas, e, no máximo, 8 linhas.
VESTIBULAR DA UEM DE INVERNO (2009)
A coletânea de recortes de textos abaixo, retirados de fontes variadas, aborda a temática Vício na internet. Tendo-a como apoio, redija o gênero textual solicitado.
Quando se fala em vício, logo pensamos em drogas, cigarro, álcool, jogatina, entre outros. Porém, o vício está ligado a uma questão mais ampla, ou seja, não se restringe a um ou dois aspectos, mas sim a diversos. Há o vício em internet, diagnosticado quando as pessoas têm sua vida pessoal, profissional e sentimental afetada pela permanência exagerada na internet.
(Texto adaptado de http://www.brasilescola.com/informatica/ciberviciado.htm)
Vício em internet é doença, defende psiquiatra
Em editorial no American Journal of Psychiatry, Jerald Block, da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, alega que o vício hoje é tão comum que deveria entrar na lista contida no Manual de Estatística e Diagnóstico de Distúrbios Mentais – o principal livro de referência da Associação Americana de Psiquiatria para categorizar e diagnosticar doenças mentais.
Segundo o especialista, o vício em internet tem quatro comportamentos principais: uso excessivo, freqüentemente associado à perda da noção do tempo ou negligência de impulsos básicos; sentimentos de irritação, tensão ou depressão caso o computador esteja inacessível; necessidade de computadores melhores, mais software ou mais horas de uso; e reações negativas como brigas, isolamento social e fadiga ligadas ao uso do computador.
(http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,OI2704377-EI4802,00.html)
Brasil está entre países que tratam viciados em internet
Agnes Dantas
Tem gente que senta diante do computador para trabalhar ou fazer o dever de casa, dá uma passadinha no MSN para ver quem está on line, e entra no Orkut para saber se há novos posts e, de repente, se dá conta de que se passaram 10, 12 horas de conexão à internet. Nem todo o mundo sabe, mas existe uma linha tênue entre a mania de estar conectado e o vício em internet.
(http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2006/10/31/286471817.asp)
A doença da conexão
Ninguém se surpreende ao ver a executiva Andiara Petterle entrar e sair de seu escritório com o laptop em mãos. Como tantos profissionais, é pela internet que ela dá respostas rápidas a seus clientes mais exigentes. Uma rotina normal, se não fosse tão difícil para essa gaúcha de 28 anos se desconectar. O problema veio à tona há quatro anos, quando uma viagem com o marido se tornou um tormento diante da impossibilidade de se conectar à internet no local. (...) A compulsão por e-mails é uma extensão da dependência de internet, problema que se manifesta também com jogos e compras on-line, salas de bate-papo e sites eróticos.
(Revista Veja, n.º 2001, 28 de março de 2007)
Internet cria novo tipo de viciado: como as drogas e o álcool, o computador pode causar dependência, principalmente quando preenche carências e ansiedades. "Ninguém se torna dependente de uma coisa que não traz prazer. A internet é, sem dúvida, prazerosa e se torna dependência quando passa a preencher uma carência, diminuir a ansiedade, aliviar uma angústia", diz o psiquiatra André Malbergier, coordenador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). (...) O tratamento também é semelhante ao que se submete um dependente de droga. Inclui psicoterapia para tentar descobrir que conflitos pessoais levaram à dependência – parte dos viciados em internet, dizem os especialistas, tem extrema dificuldade de relacionamento social. Em muitos casos, é preciso tomar remédios que diminuam o impulso pelo computador. (...) "Não podemos transformar a internet no vilão, porque o problema é o uso que nós fazemos dela", diz Maluh Duprat, da PUC-SP. "A internet é um instrumento fundamental."
(http://www.gtpos.org.br/index.asp?Fuseaction=Informacoes&ParentId=349)
GÊNERO TEXTUAL
Redija um resumo, em até 10 linhas, apresentando as informações principais sobre o tema Vício na internet, abordado na coletânea de textos.
“O ato de escrever é prazer, diversão. É a sensação de poder, de domínio. Criar gente, fabricar fantasias, inventar cidades, dar vida e dar morte, criar um terremoto ou furacão, fazer o que eu quiser. Escrever é um jogo, brincadeira. Conseguir segurar, prender uma pessoa, mantê-la atrelada a si (é o leitor diante do livro: sua sensação divina)”.
(Ignácio de Loyola Brandão)